Governo faz homenagem aos 90 anos de Rondon Pacheco
O governador Aécio Neves presidiu homenagem do Governo de Minas aos 90 anos do ex-governador Rondon Pacheco.
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O governador Aécio Neves presidiu, nesta quarta-feira (22), a homenagem do Governo de Minas aos 90 anos do ex-governador Rondon Pacheco.
Durante almoço, no Salão de Banquetes do Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, o governador convidou políticos e empresários a brindar a obra política e administrativa de Rondon Pacheco, afirmando que foram iniciativas tomadas ao longo de seu governo (1971/1975) que possibilitaram o início efetivo do processo de industrialização de Minas Gerais.
“Ao homenageá-lo nesses seus 90 anos, homenageamos uma das mais extraordinárias obras de governo ocorridas em Minas Gerais. E ninguém faz nada, absolutamente, sozinho. Todos nós somos sequência um do outro, todos somos herdeiros das virtudes daqueles que nos antecederam. Se hoje alcançamos alguns êxitos nesse governo, é porque houve o governo de Rondon Pacheco”, afirmou Aécio Neves, em seu pronunciamento.
Segundo o governador, a homenagem a Rondon Pacheco deve ser entendida como reverência ao lado ético da política brasileira. Ele disse também que políticos como Rondon Pacheco ajudaram a fazer de Minas um dos estados mais importantes do país.
“É reverenciando a nossa história, buscando valorizar a ação daqueles que nos antecederam, que Minas chega ao início dos anos 2000 em condições de se afirmar perante o Brasil, seja do ponto de vista econômico, seja do ponto de vista político. Somos hoje um estado respeitado nacionalmente. Temos uma contribuição importante ainda a dar ao fortalecimento da economia brasileira e temos buscado, com parcerias com tantos que aqui estão, independente de partidos políticos, permitir que Minas também avance em seus indicadores sociais, o que vem ocorrendo”, afirmou o governador.
Emoção
Rondon Pacheco também recebeu a Medalha do Dia de Minas, uma das mais altas condecorações do Estado. Ele lembrou sua trajetória e vocação política desde os tempos em que presidiu o Diretório Acadêmico Afonso Pena, da Escola de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e disse que se sentia honrado com a homenagem.
“Eu me sinto honradíssimo ao ser recebido neste Palácio da Liberdade, palavra densa que evoca sentimentos do civismo mineiro”, disse o ex-governador, emocionado.
Rondon manifestou confiança no futuro do país, afirmando que o Brasil teve suas fronteiras alargadas pela criação de novos estados e está experimentando um dos mais expressivos processos de crescimento da história. Mas defendeu reformas estruturais para dar suporte as mudanças que estão ocorrendo.
“Como brasileiro, vejo que o Brasil está almejando grandes reformas. São reformas imperiosas e inadiáveis. Somos um país emergente no plano internacional e uma das reformas mais urgentes e necessárias é a reforma política. Outra reforma importantíssima que deverá necessariamente surgir é a tributária, para que possamos alcançar o equilíbrio federativo que vai trazer ao país novos horizontes”, disse Rondon Pacheco.
Entre os presentes à homenagem, o ex-presidente Itamar Franco, o ex-governador Francelino Pereira, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, o vice-governador Antonio Anastasia, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Veloso, o senador Eliseu Rezende; os prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, e de Uberlândia, Odelmo Leão; o presidente da Fiat, Cledorvino Belini e Luiz Alberto Garcia, presidente da Algar.
Perfil
Rondon Pacheco nasceu em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, em 31 de julho de 1919 e formou-se em Direito pela UFMG. Em sua gestão como governador de Minas, deu forte ênfase ao empreendedorismo e à criação de institutos de fomento e ao crescimento econômico do Estado. Ele também foi responsável pela instalação da Fiat Automóveis e da Krupp Indústria Mecânica em Minas. Foi também em seu governo que foi elaborado o primeiro Plano Mineiro de Desenvolvimento Econômico e Social e o Plano Integrado da Região Metropolitana de Belo Horizonte, criada a Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Turismo, o Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG), além de construída a Hidrelétrica de São Simão e a Termelétrica Igarapé.
Antes de governar Minas Gerais, Rondon Pacheco foi deputado estadual, entre 1947 a 1951, durante a Constituinte Estadual, e federal entre 1951 a 1971 e 1983 a 1987. Neste período, atuou fortemente a favor de Uberlândia e do Triângulo Mineiro. Conseguiu autorização para a criação da Escola de Engenharia de Uberlândia e acompanhou o processo de regulamentação das Faculdades de Direito e de Filosofia. Foi líder da União Democrática Nacional (UDN), entre 1959 a 1961 e, no Governo Costa e Silva, foi ministro chefe do Gabinete Civil.