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Notícia

Secretário de Governo participa de evento da Segurança Pública com presença do Ministro Sergio Moro

Durante evento, Romeu Zema anunciou retomada da metodologia de Integração de Gestão em Segurança Pública (Igesp)

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(Foto: Gil Leonardi / Imprensa MG)

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O governador Romeu Zema participou, junto com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, nesta terça-feira (18/2), no Auditório JK, na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, da abertura do seminário que marca a retomada da metodologia de Integração de Gestão em Segurança Pública (Igesp) no Estado. A ação - um marco no processo de integração das forças de segurança pública - tem por objetivo a contínua redução dos índices de criminalidade, aumentando, assim, a sensação de segurança da população mineira.

A abertura do seminário, que segue ao longo de todo o dia, contou com palestras e debates de autoridades da área, como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, general Mario Araujo.

Na ocasião, o governador destacou a necessidade de se trabalhar de forma integrada para entregar melhores resultados para a população. “A segurança se fortalece quando ela tem autonomia e independência, coisa que nós nem sempre assistimos aqui em Minas Gerais, principalmente na Polícia Civil, que sempre foi muito submetida a interferências externas. Uma segurança não se constrói dessa forma. É necessário que se tenha mais autonomia e independência. Caso contrário, ela vai passar a servir aos interesses ou à pressão de alguém”, afirmou Romeu Zema.

O governador ainda enfatizou o trabalho realizado em Minas e no país para combater a corrupção e oferecer uma gestão pública mais eficiente aos cidadãos. “Outro fator muito importante é termos lideranças que inspirem - e isso é o que faltou muito no Brasil nos últimos tempos. Quem tem como chefe alguém que se assemelha mais a líder de gangue que alguém que quer fazer o bem, é muito pouco provável que tenha em quem se inspirar”, afirmou Romeu Zema.

“Agora, sabemos que não temos nenhum Deus à frente do Brasil e de Minas, mas pessoas que querem fazer o bem, bem-intencionadas, e isso tem um reflexo muito grande no psicológico e no todo da população. E é por isso que estou otimista de que vamos continuar avançando, porque quando o propósito é nobre, as pessoas enxergam”, finalizou o governador.

Resultados

Os bons resultados, segundo o governador, já começaram a aparecer. Na última semana, balanço divulgado pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas mostrou que o ano de 2019 apresentou queda em todos os 13 crimes monitorados pelo Observatório de Segurança Pública, em relação a 2018. Entre os destaques está a diminuição de 29,43% nos roubos consumados registrados em Minas e de 12,5% no número de vítimas de homicídio.

A integração do trabalho das Forças é vista como fundamental pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que realizou uma palestra sobre o tema. Segundo ele, o trabalho desenvolvido no ministério tem surtido efeito na queda dos índices de criminalidade porque tem como foco o combate à corrupção, ao crime organizado e à criminalidade violenta.

“São resultados muito positivos, muitas vidas salvas. Parabéns a todos os envolvidos no trabalho de segurança pública, sejam as forças de segurança federais, estaduais ou municipais. O mérito é de todos que trabalham nesta área. O que funciona bem é quando as forças de segurança atuam integradas, não só entre elas, mas quando é possível reunir outras ações de políticas públicas governamentais direcionadas igualmente à segurança pública”, disse o ministro Moro.

O vice-governador de Minas, Paulo Brant, atribuiu a redução dos índices de criminalidade a uma maior vontade política e a integração entre os Poderes.

"Por que esses índices estão caindo tanto e melhorando? Eu acho que são duas ordens de fatores. Primeiro, um fator de natureza política. A segurança pública no Brasil, de alguns anos para cá, entrou no núcleo da política de todos os poderes Executivos. Mas a vontade política não é suficiente. É preciso mais. É preciso planejamento, inteligência, tecnologia, engajamento e, sobretudo, integração. A única maneira de encararmos esse problema complexo da segurança é a integração entre os órgãos do Poder Executivo (Polícia Militar, Civil, Corpo de Bombeiros e Sistema Prisional) e os demais Poderes, como Ministério Público, Poder Judiciário, Executivo Federal e as guardas municipais. Este é o caminho", disse.

Gestão

A Igesp é um modelo de gestão que se baseia no compartilhamento de informações e nas implementações de ações conjuntas, capazes de envolver a diversidade de fenômenos que compõem o problema da criminalidade urbana. O processo propõe a garantia de uma articulação descentralizada, com objetivo de planejar estratégias flexíveis à realidade de cada uma das áreas geográficas integradas.

O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, general Mario Araujo, explicou que a reformulação do Igesp tem o objetivo de aprofundar a metodologia, chegando a todos os níveis da secretaria, de forma a tornar o trabalho ainda mais efetivo.

"Queremos alcançar uma sistemática que tenha mais energia, uma participação efetiva da secretaria. Em uma região de integração de segurança pública, estarão juntos o chefe de departamento da Polícia Civil, o comandante das regiões militares, o chefe regional do ambiente prisional e o comandante operacional do Corpo de Bombeiros. A ideia é que essa integração chegue às delegacias, onde o delegado local vai trabalhar em conjunto com as estruturas da PM e com o diretor da unidade prisional. O princípio é o mesmo, mas nós estamos retomando esse assunto com metas a serem cumpridas, com trabalho em rede e foco na prevenção. Tudo com os recursos orçamentários que já estavam disponíveis para este ano", afirmou.

A especificidade da metodologia Igesp visa, também, propiciar a interlocução sistemática e ação integrada entre os órgãos de Justiça e Segurança Pública, buscando estabelecer atuações estratégicas para desenvolvimento de um trabalho ordenado de análise e monitoramento de casos específicos, considerados prioritários, propiciando o planejamento integrado. A solução de problemas de criminalidade e violência requer alocação rápida, concentrada e sincronizada de recursos humanos e materiais para uma intervenção mais eficiente nas zonas quentes de criminalidade - ZQC.

A alocação desses meios resulta de um processo integrado e contínuo de análise dos dados necessários para subsidiar o planejamento de metas e ações. A participação de outros atores é fundamental para a difusão da metodologia, pois fomenta na comunidade o debate relativo a segurança e à proteção pública cidadã, estimulando a responsabilidade da sociedade nos locais onde os cidadãos residem e trabalham e envolvendo esses atores sociais com as instituições responsáveis pela segurança pública.

Também participaram da cerimônia de abertura secretários de Estado, chefes das Forças de Segurança de Minas Gerais, o senador Carlos Viana, os deputados federais Fábio Ramalho e Eros Biondini, deputados estaduais, representantes do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e do Ministério Público Estadual, representantes das Forças de Segurança Nacional em Minas, e outras autoridades e integrantes de entidades.

Análises

Os pilares metodológicos da Igesp são: gestão orientada para a solução de problemas com foco na prevenção; gestão em rede e gestão para resultados. A metodologia se se sustentará por meio de reuniões regulares, a partir de um calendário previamente estabelecido, e com a oferta de uma capacitação na modalidade de educação a distância (EAD) para todos os envolvidos.

A metodologia Igesp é fundamentada na produção qualificada de informação e sua utilização de forma articulada, no compartilhamento dessas informações e no estímulo à capacidade analítica dos órgãos envolvidos. Serão monitorados indicadores de Segurança Pública de vítimas de homicídios consumados, furtos qualificados e de criminalidade violenta. Já entre os indicadores de Justiça, serão analisados dados de fugas por transposição de barreiras, morte de custodiados, rebeliões, motins e ressocialização.

Histórico

A metodologia foi incialmente desenvolvida pela então Secretaria de Estado de Defesa Social, em 2005. À época, o modelo proposto era o de organização de gestão do trabalho policial, que reúne ações e informações para obtenção de resultados em segurança pública. O objetivo era aumentar a eficiência da prevenção e do combate ao crime, conjugando as práticas implementadas por diferentes órgãos de segurança como Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Tribunal de Justiça, Ministério Público e Subsecretária de Administração Penitenciária.

O sistema foi inicialmente estruturado a partir da divisão e compatibilização territorial em três regiões: Região Integrada de Segurança Pública (Risp), Área de Coordenação de Segurança Pública (Acisp) e Área Integrada de Segurança Pública (Aisp). Em cada um desses níveis há a corresponsabilização dos órgãos de segurança pública sobre os resultados alcançados.

Fonte: Agência Minas

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